Pedro Rocha é professor, psicanalisa, pós-doutor em filosofia (USP 2019) e membro da coordenação da Formação Freudiana. Pesquisa temas relacionados à interseção entre história e clínica psicanalítica. Publicou recentemente, pela Editora Elefante, o livro Discurso Filosófico da Acumulação Primitiva (2023), no qual discute as origens da filosofia moderna no contexto do surgimento do capitalismo.
Ementa:
Desde seu primeiro escrito psicanalítico, em 1908, fazendo ponte com a pedagogia, até seu último texto publicado – o famoso Confusão de línguas entre os adultos e a criança, de 1933 – Sándor Ferenczi esteve centralmente preocupado com a especificidade do funcionamento do psiquismo infantil. A ideia psicanalítica fundamental de que o sofrimento psíquico envolve problemas de desenvolvimento, fixação e regressão foi, por Ferenczi, explorada com marcante intensidade, levando-o a situar a infância clinicamente não apenas sob a forma de rememoração, mas também de vivência, através da atenção aos acontecimentos na relação analítica e à natureza da transferência. Para mapear a construção dessa concepção clínica, estudaremos quatro textos fundamentais de Ferenczi: Psicanálise e pedagogia (1908), A adaptação da família à criança (1927), A análise de crianças na análise de adultos (1931) e A confusão de línguas entre os adultos e a criança (1933).