Com Thais Klein, das 10h às 11h30. Aulas híbridas.
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Ementa
A dimensão cultural na obra freudiana é marcada sobretudo pela preocupação metapsicológica em torno da constituição psíquica e pela centralidade do paradigma neurótico. Ao impor limites à natureza, as exigências culturais implicam inevitavelmente em restrições à pulsão. Sustenta-se, assim, uma divisão radical entre natureza e cultura, herdeira do monoteísmo que permeoou o pensamento moderno, europeu e colonialista (Fanon, 1952/2008). Tecendo um diálogo com autores situados sobretudo no contexto da antropologia contemporânea, principalmente Donna Haraway, Vinciane Despret e o perspectivismo ameríndio de Viveiros de Castro, o objetivo do curso consiste em percorrer as diferentes faces da experiência cultural para a psicanálise em sua articulação com a experiência analítica. Afinal, quais são as articulações entre psicanálise e cultura? Devemos nos limitar a análises sociológicas rasas que traçam diagnósticos dos tempos em que vivemos? Buscando subsídios na antropologia, tal como feito por Freud e Lacan, delinearemos a cultura na psicanálise para aliem de um veículo de restrição pulsional. A experiência cultural, ao se situar na dimensão paradoxal da diferença e união, e não como antípoda da natureza, desloca-se de uma concepção universalizante e modeladora dos impulsos e engendra a constante tarefa de constituição de si mesmo e de mundos possíveis.