Palestra com o psicanalista Carlos Mário
A Criança do Marketing – A “Confusões de línguas” ferencziana revisitada.
Palestra aberta com o psicanalista Carlos Mário.
data: 30 de agosto
horário: 20 h e 30 min
local: Rua Visconde de Pirajá,111 sala 213 – Ipanema. Rio de Janeiro, RJ.
Entrada franca. É necessário increver-se através do telefone (21) 22663300 – falar com Lúcia.
Carlos Mario Alvarez
Psicanalista
Membro Fundador da Formação Freudiana
Doutor em Literatura, Puc-Rio
Passados oitenta anos da edificação da teoria ferencziana sobre o trauma, pode-se perceber que sua concepção sobre a “Confusão de Línguas” e o efeito devastador da imposição do mundo passional do adulto sobre a criança continuam a operar de forma atualizada na cultura.
A figura ferencziana do adulto invasor, hoje em dia é também encarnada por grande parcela da industria de entretenimento que, de forma voraz e implacável elegeu as crianças de 0 a 12 anos como alvo principal para suas ações de marketing. Descobriu-se que é importante levar a injunção publicitária já no berço. As crianças são tratadas como consumidores reais e devem ser cooptadas desde o primeiro momento de suas vidas de maneira que se habituem ao vício do consumo compulsivo.
A partir desta formação da cultura, o erotismo infantil é obrigado a fabricar um corpo-prótese que suporte o continuado e maníaco assédio dos multiplos produtos e linguagens oferecidos pelo marketing de maneira que mantenha-se vivo.
Nosso trabalho tem por objetivo levantar e responder os seguintes tópicos: 1) É possível compreender aspectos da psicopatologia infantil contemporânea, sob o signo da “compulsão” como defesa (mal sucedida) frente aos excessos invasivos provenientes do assédio voraz da indústria de marketing. Soma-se a isso a postura passiva-adicta dos próprios pais que agem como multiplicadores do trauma. 2) A “Confusão de Línguas” dessa forma atualizada explica como o processo de formação psíquica passa sempre pela dominação e imposição do mundo erótico adulto sobre a experiência corporal infantil. 3) Quanto à função do psicanalista, caberia ainda a proposta ferencziana de reparo visando o “perdão mútuo” e a diminuição da “Confusão” assim como um trabalho de suporte à introjeção do inevitável advento do trauma?