A novidade da psicanálise winnicottiana através de três paradoxos fundamentais
Com Paulo Oneto. Quintas-feiras, às 11h30.
Winnicott se insere na tradição inglesa de cultivar o paradoxo a fim de escapar dos preconceitos característicos do senso comum em sua busca por bons sensos. No entanto, situada historicamente entre a literatura de Lewis Carroll e o humor do grupo Monty Python, a psicanálise winnicottiana lida com um assunto mais delicado: nosso sofrimento psíquico e os manejos clínicos para deslocá-lo ou superá-lo. O objetivo deste curso é destacar três paradoxos fundamentais que surgem ao longo da obra do psicanalista inglês como caminho para compreender a novidade de seu trabalho, ajudando-nos a flexibilizar certas interpretações-clichê que tendemos a fazer em nossas práticas clínicas: (1) o paradoxo da transicionalidade; (2) o paradoxo da capacidade do estar só; (3) o paradoxo da destrutibilidade. O primeiro paradoxo pode ser visto como chave para entrar no universo radicalmente ambientalista de Winnicott. Já os dois últimos paradoxos aparecem em comentários de Adam Phillips e René Roussillon e apontam para aquilo que seria o principal na relação do sujeito para consigo e para com seus objetos de investimento.
BIBLIOGRAFIA:
PLASTINO, Carlos Alberto. Vida, criatividade e sentido no pensamento de Winnicott, 2014.
PHILIPS, Adam. Winnicott [published with a Preface], 2007.
ROUSSILLON, René. Paradoxes et situations limites de la psychanalyse, 1991.
WINNICOTT, D.W. “Objetos transicionais e fenômenos transicionais” [versão segunda] e “O Uso de um objeto e relacionamento através de identificações”; In: O Brincar e a Realidade, 1971.
——. “A Capacidade de estar só” [1958] e “Comunicação e não comunicação conduzindo ao estudo de certos opostos”; In Processos de Maturação e Meio-ambiente Facilitador [1963].