O Eu e o Isso – 100 anos depois
Com Cristiana Pondé. Terças-feiras, 11h30.
O Eu e o Isso (1923) é um dos últimos trabalhos decisivos na obra de Freud. Todos os escritos psicanalíticos posteriores a ele, possuem a marca inequívoca dos seus efeitos. Ao apresentar uma descrição original e revolucionária da mente e de seu funcionamento psíquico, Freud oferece uma síntese que articula e amplia as diversas sementes teóricas plantadas nos anteriores textos metapsicológicos (1895, 1900, 1915). A partir dos desafios colocados pelas reações terapêuticas negativas e pelo sentimento inconsciente de culpa, Freud vê que os critérios descritivos (consciente e inconsciente) e dinâmicos (o agente repressor e o reprimido) não mais ofereciam a clareza e a precisão necessárias para contemplar os fenômenos clínicos. Este trabalho introduziu uma nova arquitetura da mente e, ao discutir acerca das relações entre as suas divisões e as duas classes de pulsões e as inter-relações entre essas divisões com ênfase ao sentimento de culpa, contribuiu, decisivamente, para a psicopatologia psicanalítica.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Deslizamentos conceituais da 1° para a 2° tópica freudiana;
2. A estrutura da mente: o eu, o isso e o supereu;
3. As divisões da mente e suas relações com as duas classes de pulsões;
4. Contribuições à psicopatologia psicanalítica: o eu e suas relações com o sentimento de culpa;
5. O paradigma pulsional e o paradigma objetal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREUD, S. (1923). O Eu e o Isso. Rio de Janeiro: Imago, 1996. (ESB, XIX).
GROTSTEIN, J. (2009). …no entanto, ao mesmo tempo e em outro nível…: teoria e técnica psicanalítica na linha kleiniana/ bioniana. Volume I. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 2017.
MEZAN, R. (1996) Paradigmas e modelos na psicanalise atual. In: Psicanálise hoje: uma revolução no olhar. Cap. Pag.-347-355-3. FIGUEIREDO, L. C., COELHO Jr., N. (2018) Adoecimentos psíquicos e estratégias de cura. Matrizes e modelos em Psicanálise. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 2018.