O Coração e a Razão, de Léon Chertok e Isabelle Stengers
Quinta-feira às 10h – com Clara Kishida e Virgínia Portas
Neste semestre continuaremos o estudo do livro O Coração e a Razão de Léon Chertok e Isabelle Stenger.
Na apresentação do livro à edição brasileira, Chaim Samuel Katz oferece o mapa do queserá abordado no livro usando o título, Paicanalise: Saber e Singularidade, marcando uma zona de tensão em que “a investigação necessária das singularidades, obriga ao mesmo tempo a psicoterapia “, uma aliança indissolúvel para psicanálise, no sentido de que, reaprender ouvir as singularidades, considerando que o exame delas é, ao mesmo tempo, sua cura.
Diz Chaim: “as trajetórias singulares e as situações fora do equilíbrio implicam num aprendizado que obedece regras singulares, que retiram as garantias dos suportes teóricos universalizantes.
Desde este ponto de vista se aprende que a cura psicanalítica é o próprio processo singular “sem previsões ou controle, com riscos que, nem todos os psicanalistas contemporâneos” se dispõem a enfrentar.
Já no Prefácio, a primeira frase dos autores, marca a exaustão com a proliferação do mesmo, ao imaginar o cansaço dos leitores com as releituras dos mesmos autores.
“Mais um livro sobre psicanálise !”, imaginam uma reação possível de alguns.
No caso deste livro, nada mais distante disso! A começar pela “aliança” improvável entre um psicanalista especializado em psicossomática e hipnose, e uma filósofa cujo campo de trabalho é a física do irreversível.
Surgem alguns elementos que serão nossa bússola para atravessar a intenção dos autores deste livro: as noções de “acontecimento”, “encontro”, “ressonância”,“imprevisibilidade”, “emergências” … e, sobretudo, com a disposição de se surpreender com possibilidades clínicas impensadas…
Com a palavra Isabelle Stengers e Léon Chertok:
“Este livro é, no sentido técnico do termo, um acontecimento. Um acontecimento não se prevê nem se planeja, mas embaralha as categorias mais bem estabelecidas e distribui novas cartas, instaura novos possíveis. Um verdadeiro encontro é sempre um acontecimento, pois não reúne parentes nem tampouco associa, ao sabor das circunstâncias, diferenças que tenham interesse em se adicionar. Cria uma relação de proximidade inesperada, que confere às palavras e aos saberes de cada um ressonâncias que ele mesmo não domina, e o leva a aprender, a explorar um mundo que, sem dúvida , nunca será seu, mas que, doravante, ele já não pode abstrair.
O encontro para os autores deste livro, criou para cada um deles, a possibilidade e o desejo de novas indagações, e abriu para as questões de ambos, horizontes e prolongamentos imprevistos”.