Carta de Freud a Lacan
Retirado do ivro “Discorrer a Psicanálise” de Roberto Harari (p.172-181)
Estimado Dr. Lacan:
Obrigado pela remessa de sua tese de doutorado. Li-a com a máxima atenção, centrando-me, conforme sua própria indicação, no caso que o Sr. denomina Aimée, sobre o qual se pode dizer que se acha estruturada toda a obra. Acerca dele desejo, então, fazer-lhe alguns comentários psicanalíticos, os quais indubitavelmente deverão tocar aspectos da teoria, já que esta é, finalmente, a que faz falar aos supostos “fatos” (o Sr. lembrará, a respeito, o começo do meu Pulsões e destinos das pulsões, cujo manifesto liminar continuo considerando válido).
Este caso me interessou sobremaneira, tendo cru conta a observação incluída em meu Schreber, no tocante ao mínimo de paranóias com que um analista tropeça em sua prática habitual. Por isso é que, o Sr. bem sabe, eu preferi centrar-me nas Memórias do lkesidente. Contudo, parece que adotando tal procedimento – sem dar-me conta disto senão a posteriori – houvesse chegado a um dado que sua Aimée precipita como tal: refiro-me à importância do escrito na paranóia, trasladada em sua paciente tanto pela redação dc notas autobiográficas cm cadernos, como por suas duas “novelas”. Ou seja que o paranóico – coincidindo nisto com o Sr., comigo, enfim, com todos os que sentimos que devemos escrever? – não aposta sua facúndia ao verba-volent – senão ao scripta-manent – tese que condiz, por outro lado, com a aproximação que produz entre o paranóico e o filósofo. Porque se neste a intensidade do pessoal é tão destacada que inclusive dá seu nome ao sistema – escrito – que a partir dele começa – por acaso todo filósofo não crê, a sabendas ou não, que sua eosmovisão conforma o ponto inicial do cosmo, com a conseqüente derrota do caos? -, observe o Sr. que sua proposta atinente a Aimée – ou a dela mesma? – prossegue o mesmo roteiro, enquanto veiculizaria um “protótipo”, inclusive uma “observação princeps” (pp.242-S). Pequena conquista a de Aimée! “Protótipo-princeps! Com efeito: aludo a como nossa modesta e obscura empregada consegue ser uma nada pequena Narcisa que prende a ocupação (Besetzung) libidinal do inteligente e – por que não? – erudito Dr. Lacan, convencendo-o acerca de sua originalidade e unicidade e… fazend&o escrever, por sua vez, a respeito dela. Ou, inclusive, “instando-o” a sustentar, no mesmo sentido, que “toda observação fecunda deve impor-se a tarefa de monografias psicopatológicas tão completas como seja possível”. Claro que a psicanálise, enquanto disciplina da singularidade, deve velar pela atenção do repúdio a tudo que no comporte uma minuciosa escuta do paciente, mas acredita o Sr. que uma monografia completa – ou “exaustiva” (p.3l4) – dá conta, respeita, este caráter singular? Minha obra testemunha que as histórias que redigi não foram “crescendo”, se tomamos como ultimo deles o caso da jovem homosexual. Antes tendi progressivamente – penso-o agora, enquanto lhe escrevo – a circunscrever, a recortar certas e determinadas constelações que o instrumento analítico permite esclarecer e, de fato, esclarece. Aí podem estatuir-se prototipicidades, ou observações princeps. Posso dizer-lhe que tal foi o modo fundamental segundo o qual enfocaram o relato de casos dois de meus queridos discípulos, os Drs. K.Abraham e S.Ferenczi. Um escreve “o que cai” de nossa prática diária, ainda que o texto resultante fosse eventualmente breve. Sim, não esqueço que Aimée não é um caso de psicanálise, enquanto não houve de sua parte uma intervenção analítica, devido – como o Sr. declara – a fatores alheios à sua vontade (p.276); sendo, então, um caso de aplicação da psicanálise creio que, contudo, os lineamentos mencionados conservam sua validade. Releio o escrito e comprovo que do escrito parti: parti do escrito, pois derivei de seu escrito aos de Aimée que lhe fizeram, ao Sr., escrevê-la. Mas a ela, também, o que lhe configurou seu delírio foram diversos escritos G imagens publicitárias. Assim, o interessante, mais ainda, o apaixonante de Aimée e comprovar como os meios de comunicação de massa e os espetáculos públicos lhe proporcionam o suporte encenador para desenhar seus perseguidores: a serie da irmã, como o Sr. muito bem indica, baseia-se na leitura de textos periódicos, cartazes e novelas, na assistência ao teatro e ao cinema, na contemplação de fotografias. Mais ainda, partir deste núcleo se desgarram seus ódios contra a ralé de artistas, poetas, jornalistas, editores que envenenam seus dias. Que notável gênese “indireta” que tanto deve molestar nossos adversários de além Atlântico, tão proclives como são a esta estranha concepção ali nascida, batizada como “condutismo”! Esta camponesa perdida se vê torpedeada por uma tormenta de palavras e de imagens que a tonteiam, que a deslocam, que não lhe deixam mais saber seu lugar. Sua mudança para “Cidade Luz” termina por fazê-la perder-se em suas trevas; busca-se, em sua tentativa de restituição, nas letras impressas, as firmes, as estáveis, as garantidas. As que, com sua tremenda difusão, multiplicam suas garantias indicadoras de um lugar para ela, coisa que não ignora porquanto se rotula como uma verdadeira “enamorada das palavras” (p.174); a esta expressão, Sr. agrega:”esse desfrute quase sensível que lhe produzem as palavras de sua língua (p.262). Advirta, porem, que logo depois de escrever a frase transcrita, o Sr. recorda Rousseau a propósito de um “paranóico de gênio”. Contudo, eu creio que Rousseau incide no Dr. Lacan segundo a idéia do “bom selvagem”. Por quê? Porque idealiza em Aimée – e o generaliza – o “sentimento da natureza”, o qual, segundo Montassut – citado no texto – é “característica freqüente dos paranóicos” (p.221). Mas, para o Sr., é “um sentimento de um valor humano positivo”, que teme seja destruído em honra da adaptação social. O caso de Aimée, Camponesa, certamente pareceria confirmá-lo, pois sua eclosão delirante acontece quando sua experiência posterga ao regionalismo vital disseminação urbana das palavras. Finalmente, o que é que mais se troca em uma cidade se não palavras? Mas por acaso a natureza guarda em si alguma virtude terapêutica ou, em todo o caso, equilibrante, segundo colijo da p.289? Por acaso transmite algo puro, não tomado pela ação depredadora do homem? É certo que não há cultura sem mal-estar, eu o disse, mas também é verdade que não há natureza sem cultura. Ou seja, transitivamente, não há natureza que não seja alcançada pelo mal-estar. Outra coisa e colocar, como muito sagazmente o Sr. indica, a questão da multiplicação de mensagens e o modo de participação social que pauta, inclusive, um periódico. É um dos efeitos do avanço das ciências e da industria sobre o modo de constituição e do adoecer mentalmente de uma pessoa; quero dizer que eleva à potência o alcance da “paróquia”, aquela que lembrava Bergson como condição para a eficácia do chiste. É por isso que respaldo absolutamente a certeira afirmação que o Sr. redigia assim: “O delírio da interpretação… é um delírio da vivenda, da rua, do foro” (p.192). Para sua paciente, segundo seu registro, a vítima se lhe foi deslocando desde sua irmã – na vivenda – até a senhora Z. “oferecida” corno vedette pelo foro , a quem ataca em plena rua. Esta senhora Z não é como o Flechsig de Schreber: é um ser distante, uma visão fugaz, um nome em um lugar investido, antes de tudo, de símbolos de reconhecimento paroquial que se prestavam a que seu Ideal-do-eu ainda assentasse aí suas bases. E acontece que a melhor amiga – C. da N. – , ainda que se tenha transformado em perseguidora, não poderia carregar sobre si o peso desse lugar, por não dispor dos títulos que a autorizariam a tanto (p.238). Esta hipótese, que o Sr. coloca e que estimo correta, não se compadece, contudo, com outra intercalada na mesma página, onde fica estipulado que C. da N. teria sido agredida “se tivesse estado a seu alcance”. Entendo que esta contradição surge da mescla de dois critérios: um, o psicanalítico, que resgata o acontecido e o submete à intelecção; o outro… corresponde mais a um exercício imaginativo. Quero significar-lhe que o objeto da agressão, o do delírio, revela em Aimée um caráter mais facilmente móvel que em Schreber, como conotando mais nitidamente um funcionamento pulsional, um caráter menos viscoso da libido que o revelado no caso do presidente. Com efeito. C. da N. foi quem falou pela primeira vez de Z. e de Sarah Bernhardt, que se constituem em suas principais perseguidoras (p.2O6); vale dizer que aconteceu que quem dizia, quem falava, se deslocou sobre os nomes das pessoas das quais falava: elas foram seu substituto (Ersatz)2 de nome a nome, em uma verdadeira cadeia de deslizamento incoercível. Digno de uma “enamorada das palavras”, que nos ensina inequivocamente, como lhe dizia, o desproposito que postula o condutismo, pois o que poderia argumentar este, com seu simplismo explicativo, sobre o fato d.e que o dito substitui a quem o diz, sem os choques ou diques próprios do modo psiconeurótico? Claro que, contudo, há que ligar sua psicótica com o psiconeurótico, já que, como este, o sentido de seus sintomas, ou de seus atos, permanece oculto e enigmático.
Com referência à temática dos mecanismos produtores, desejava comentar-lhe alguns pontos, começando pela autopunição, tão decisiva em suas sólidas argumentações. O Sr. capta em Aimée uma problemática que a localiza “além do princípio do prazer” quanto às conseqüências que se desprendem de seu ato agressivo, já que este a tem, na verdade, como objeto pulsional, coincidindo, por outro lado, fonte e fim da pulsão. Porém, claro, digo “ela” e em seguida devo corrigir-me: que significa ela, desde que a psicanálise nos demonstra a participação do aparelho psíquico? Para perguntarmo-nos de modo mais apropriado, então: o que dela? O Sr. responde que seu “ideal exteriorizado” (p.2O3); está certo, só que esta agressão patentiza seu caráter irrisório, enquanto ela tenta eliminar seu ideal invejado, obedecendo a um mandato autodestrutivo de seu supereu. Este, ao que eu chamei “imperativo categórico – seguindo a Kant – por sua condição de inapelabilidade, significa para o Sr. um dos pontos – senão o ponto – da psicanálise ao que mais notoriamente adere, o que não deixa de me comprazer. Mas coligir daqui que “os mecanismos psíquicos de autocastigo” conforma uma hipótese “nada implicada… nas primeiras sínteses teóricas” (p.227) psicanalíticas parece-me, já, uma afirmação que temo não poder acompanha-lo. Por que? Porque muito cedo, em A interpretação dos Sonhos, fiz menção aos “sonhos punitórios” em um capítulo nem marginal nem secundário; com efeito, afirmava ali que “há de conceder-se que o admitindo (aos sonhos punitórios) se agrega em certo sentido algo à teoria dos sonhos”, afirmando linhas depois que: “O caráter essencial dos sonhos punitórios reside, portanto, em que neles o formador do sonho não é o desejo inconsciente que procede do reprimido (o sistema Ics. ), senão o desejo punitório que reage contra aquele; este último pertence ao eu, ainda que seja também inconsciente (quer dizer, pré-consciente)”. Claro, faz três anos me vi forçado, ante a nova edição do livro, a incorporar uma nota ao pé onde constava que tal era o lugar onde caberia inserir o superego, enquanto “descobrimento posterior” da psicanálise. Agora, lembro também haver redigido – para i mesma edição – outra nota incluída no cap. VI, parágrafo Os afetos no sonho, em que pontuava uma hipótese que também estimo pertinente: escrevi ali que “é fácil reconhecer nestes sonhos punitórios cumprimentos de desejo do supereu. O que implica, a meu juízo, uma reformulação mais precisa – baseada nos novos descobrimentos e teorias da psicanálise – de um fenômeno já circunscrito e já hierarquizado. Tanto é assim que, em meu afã de deixar isto assentado com clareza, lhe precisarei que esta nova compreensão não permanecia para mim restrita ao âmbito onírico, pois neste mesmo texto a estendo, também, ao Sintoma; poderá, assim, rever o caso da paciente do vômito histérico: seu sintoma, escrevi, “só se engendra onde dois cumprimentos de desejo opostos, provenientes cada um de um diferente sistema psíquico, podem coincidir em uma expressão”, pelo que ele devia ajustar-se também “a ilação de pensamentos punitórios”. O mesmo ocorre quando no caso Dora” adjudico s pretensa neuralgia facial a um autocastigo, ou quanto assumo idêntica posição ante os impulsos suicidas e a mania de emagrecer do paciente do tormento dos ratos. E assim, seguindo a mesma linha em outros textos, todos anteriores a 1921. (Assinalo este ano para manifestar-lhe que nele se pode datar minha segunda teoria do aparelho psíquico, pois Psicologia das massas a desenvolve, a meu entender, com folga, se bem que no tenha sido compreendida assim por seus comentadores.) Bem: em suma, Dr. Lacan, cuique suum tribuere. Mas, seguindo dita preceptiva, devo agradecer-lhe sinceramente o aporte certo que o Sr. depreende acerca de uma inflexão do supereu não suficientemente destacada até hoje na psicanálise: aludo à operação aloplástica de dita instância. O Sr. seguramente terá presente que esta classificação – autoplástica/aloplástica – a incluí até agora unicamente em A perda da realidade na neurose e na psicose, mas me parece sumamente valida sua articulação com a dimensão superegóica por quanto permite a intelecção não meramente do sentimento de culpa, senão especialmente da consumação da necessidade de castigo, como acontece evidentemente com Aimée. Este ponto havia sido assinalado por Alexander – a quem o Sr. cita (p.228) – em seu livro O caráter neurótico (1930) – por que um título idêntico ao que o unfair Adler utilizou dezoito anos antes? -, conteste com a precisa descrição formulada acerca de um tipo de pacientes que canalizam seus conflitos antes em atuá-los na realidade (Wirklichkeit) que em revelá-los sob forma sintomática. Mas creio que Alexander se equivoca quando idealiza esta condição do “caráter neurótico” ao crer que este já tenha resolvida sua relação com a realidade, à qual, ao contrário, deveria retornar o que se tivesse separado – autoplasticamente – dela. Creio, com efeito, que Alexander desestima o fator da renegação em jogo, que torna essa realidade modelada de forma tal que para sua apresentação fidedigna inclusive o crime se autolegitima. Diferente de Alexander, o Sr. ressalta o lado disruptivo, anti-adaptativo do supereu, sua hiperpresença destilada nos efeitos – reais – de retorno que suscita, mais que em sua hipotética ausência julgável de acordo com a falta de inibições motrizes; neste sentido, não se trata na verdade de ausência, senão dessa ordem da superação conservadora (Aufhebung) que me pareceu tematizável em Schreber assim: “O superado-conservado dentro retorna de fora”. Sua localização conceitual do supereu levou-me a uma fecunda revisão do conceito que verti no prólogo de Aichhorn: nele sugiro a idéia de uma eventual falha superegóica na estrutura do delinqüente impulsivo; sua contribuição, em troca, me reconduz apropriadamente a estas poucas linhas que – anos antes deste prólogo – destinei à reflexão sobre “os que delínqüem por sentimento de culpa” Creio que estes, na verdade, se aliviam como sua Aimée em seguida ao ato em questão: “curam-se” pela obediência ao insensato mandato superegóico, bastante mais violento e eficaz no “retorno vindo de fora” posto em jogo. Necessidade de castigo, como lhe dizia, que avaliza tanto a sua postura como a que Alexander debulhou na sua Psychoanalyse der Gesamtpersonlichkeit o castigo, o sofrimento não comportam um benefício secundário do sintoma – dito de modo geral -, senão um benefício primário. Isto é o que tratei de expor quando fiz menção das “resistências do supereu”, e tanto ele como o Sr. o compreenderam e o fizeram funcionar às mil maravilhas. E colijo que isto foi possível na medida em que ele – seu antecessor – pode asseverar que o supereu não se configura em função da suposta introjeção individual das normas manifestas vigentes na sociedade atual, senão que implica algo admiravelmente bem resumido por Nunberg assim: “Alexander o considera como um código de todos os tempos, invariável e recôndito nas profundidades do eu”. O Sr. pesquisou com agudeza e lucidez os meandros, os recôncavos do psiquismo de Aimée que transformaram uma ordem caótica em uma concepção onde uma hipermoral justiceira armou sua mão com uma navalha para responder ao pedido de dar sentido à sua própria vida, ao preço de tentar suprimir a do Sr. Z. Talvez na linha do aprofundamento destes desenvolvimentos se encontre, Dr. Lacan, grande parte de seu futuro como estudioso e praticamente da psicanálise.
E agora, para finalizar, permitir-me-ei estabelecer uma sorte de profecia – que seu texto me permite esboçar – acerca dos destinos da psicanálise na França. O Sr. menciona reiteradamente a Janet asseverando que sua postulação da “psicastenia” é a mais ajustada para a caracterização das insuficiências da personalidade de Aimée (escrúpulos, perseverações, inacabamento de tarefas, etc.), conjuntamente – cabe reconhecê-lo – com a descrição de Kretschmer sobre o “caráter sensitivo” (p.222). Bem, é sabido que a atitude de Janet para com a psicanálise tem oscilado entre a franca beligerância e o desconhecimento de sua originalidade, enquanto procurou arrogar-se a paternidade dos descobrimentos de nossa disciplina. Primeiro ponto, então. Vamos, se o Sr. me permite, a quem situo a seguir: Henri Claude, a quem o Sr. agradece pelo apadrinhamento da tese que motiva a presente (p.l7), e com o qual, por outro lado, o Sr. colaborou tanto a nível clínico (p.l3), como a nível de co-autoria de escritos (p.32O). Pois bem, acontece que em 1924 o mesmo Claude apoiava as estranhas idéias resistenciais adversas à psicanálise que por essa época circulavam na França e das quais dei conta no parágrafo VI da Autobiografia que então redigia. Com efeito, ao apresentar o livro de Laforgue e Allendy La psychanalyse et les nérvroses, Claude escreveu que “se impõe reservas desde um princípio, já que a psicanálise não se adaptou ainda à exploração da mentalidade francesa. Alguns procedimentos de investigação ferem a delicadeza dos sentimentos íntimos, e algumas generalizações de um simbolismo exagerado, quiçá aplicáveis a sujeitos de outras raças, não me parecem aplicáveis em “clínica latina”. Indiscutivelmente se me escapou um erro: disse linhas acima “o mesmo Claude”, e é claro que não pode ser o mesmo que nove anos atrás pontificou tamanha impropriedade quase nacional-socialista, e o que apadrinhou uma tese como a de A psicose paranóica. Porque creio que o Sr., Dr. Lacan, resume – condensa – o terceiro ponto: a esperança jovem que, tomando a tradição clínica da melhor psiquiatria francesa, proceda à cruzá-la com o instrumento analítico que, em seu país, ingressou primeiro pelas “belas-letras”, segundo pontuei. Com o qual – importância das letras mediante – volto ao começo… que não é voltar, claro: obrigado, muito obrigado pela remessa de sua tese de doutorado.
Com minhas mais afetuosas saudações, seu
Freud